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  • paulo329

OS QUATROS DESAFIOS DO GESTOR CONSCIENTE



A cada incursão que fazemos no ambiente das corporações brasileiras, somos levados a lembrar de quatro desafios para os gestores, cuja superação resulta em um expressivo salto de patamar no nível de consciência a partir do qual se desenvolvem os trabalhos do dia a dia nas empresas.


O PRIMEIRO DESAFIO: VER O QUE FAZ


Estão os gestores seguros de que conseguem ver como vêm o que fazem? Tentemos ser mais claros: nem sempre nossas percepções conferem com os nossos atos e por diversas razões que a psicologia pode tão bem explicar, insistimos em ver o que fazemos influenciados por interesses, pressões e cobranças, pouco claros para nós mesmos. Ver o que faz implica em ver como vemos o que fazemos, ou seja, implica em “suspender” modelos mentais já viciados que nos empurram para um ângulo conveniente de percepção, não necessariamente realista. Ver o que faz requer também humildade para admitirmos que nossos atos podem não corresponder aos interesses maiores da equipe, empresa, comunidade, etc.Para reflexão: você tem sido neutro e humilde o suficiente para ver o que faz e exercer uma autocrítica justa e isenta sobre seus atos? Que impacto este tipo de conduta pode ter em você? E nas pessoas que compõem a organização? E no ambiente externo à organização?


O SEGUNDO DESAFIO: PENSAR NO QUE VÊ


Ao vencer o primeiro desafio, você logo se depara com o segundo: pensar no que vê significa pensar em como você vê o que faz. Neste sentido, é relevante pensar a respeito de seus atos e da realidade que o cerca. O segundo desafio apresenta-se como uma prática “profilática” no seu ambiente de negócios e nas suas relações com as pessoas? Avalie o risco de estar atuando numa “roda viva”, uma espécie de engrenagem inibidora de questionamentos que acabam “presos na garganta”. Avalie também o preço a pagar quando se explicita uma opinião que vai “contra a corrente”, e que entendemos como justa e relevante. É importante nos mantermos conscientes sobre onde vamos chegar e para que.Para reflexão: observe que se você não passa pelo primeiro desafio, dificilmente vence o segundo com méritos. A propósito: como anda sua disposição, sua vontade visceral de criar espaços cotidianos para pensar no que vê? Trata-se de tarefa do outro mundo ou de uma questão de coragem para rever escolhas e caminhos e enfrentá-los?


O TERCEIRO DESAFIO: SENTIR O QUE PENSA


Ao chegar neste ponto da trajetória proposta pelos desafios, o gestor está mais disposto e motivado para prosseguir em busca de novos patamares de consciência profissional. Sentir o que pensa requer empreender uma viagem de “30 centímetros” de distância, aproximadamente, que vai da sua cabeça até o coração. Antes de tudo, o gestor precisa cuidar para que seu coração não fique na portaria da empresa, quando por lá ele passa todos os dias. Inserir o coração no contexto corporativo, tampouco significa ser bonzinho ou paternalista. Significa, isso sim, colocar a dimensão sentimento em seus atos ou nos atos de terceiros e permitir que sua “voz interior” se manifeste e pondere com justiça, sensatez, respeito, ética e até compaixão, se preciso. Quando contraposta ao pensamento lógico do gestor, a dimensão sentimento possibilita uma nova amplitude de compreensão das coisas. Daí para um comportamento mais elevado e digno, é um “pulo”.Para reflexão: Quanto de sentimento entra em sua receita diária de gestor bem-sucedido ao julgar as pessoas e as coisas? Que diferença faz para você justificar seus atos (ou de terceiros) sem senti-los? Que sensações perpassam seus atos neste momento, e estão sendo ignoradas por você? De que vale pensar sem sentir?


O QUARTO DESAFIO: FAZER O QUE SENTE


Quando o gestor vê o que faz, pensa no que vê e sente o que pensa, começa a fazer o que sente de forma natural e espontânea. É como se uma cadeia natural de impulsos fosse acionada dentro de você, guiando suas escolhas e determinando os caminhos a seguir e as respostas a dar. Fazer o que sente, entretanto, não se traduz por inconsequência, pelo simples fato de ser produto de uma série de passos anteriores que dão qualidade e sentido ao que se faz. Numa lista de potenciais inconsequentes estariam, entre outros, aqueles que fazem o que sentem sem ver o que fazem, sem pensar no que vêm, sem sentir o que pensam.Para reflexão: até que ponto o ambiente da empresa é o fator que mais o inibe a fazer o que sente? Por que tudo que você faz tem que ser racionalizado e explicado nos mínimos detalhes, antes de ser concretizado? É possível que a chave da sua liberdade neste sentido, esteja na perseverança em vencer os quatro desafios apresentados neste artigo.


Gestores mais conscientes assumem a responsabilidade pessoal por sua evolução como seres humanos. E é sempre bom lembrar: os melhores profissionais do mundo são antes de tudo, excelentes seres humanos!


Autoria: Paulo Braune, Diretor Geral da Braune Educação Empresarial. Reprodução ou utilização pública deste artigo, sob autorização do autor.

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